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O PSDB planejava divulgar quem seria seu candidato à Presidência da República no fim da tarde do último domingo (21/11). Um problema na votação, entretanto, fez com que os planos fossem por água abaixo e o processo se arrastasse por quase uma semana, gerando clima de guerra de narrativas entre os postulantes ao posto e subindo ainda mais o tom das campanhas. Os candidatos são o governador de São Paulo, João Doria; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.Agora, as prévias deverão ser concluídas neste sábado (27/11), por meio de um site de votação – desta vez, sem aplicativo personalizado e reconhecimento facial.
De acordo com o presidente do partido, Bruno Araújo (PE), o sistema contratado de uma empresa privada apresentou resultados satisfatórios, reconhecidos pelas campanhas. Além disso, informou que o programa só será acessado pelos filiados que não registraram seus votos no domingo, quando foi utilizada uma plataforma da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs). Os votos já colhidos, conforme assegurou o PSDB, foram preservados.
“É como um Fusca. Mais simples, mas funciona”, comparou Araújo, em conversa informal.
Se dias antes das prévias o governador de São Paulo, João Doria, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, chegaram a se encontrar e posar para fotos juntos, após o fiasco no pleito, o clima de “bandeira branca” ficou no passado, e os ataques acabaram intensificados.
Conflito
Neste período de indefinição, os candidatos ganharam novos motivos de divergência desde que os erros na votação foram identificados.O primeiro deles se deu em relação ao momento em que as prévias deveriam ser retomadas. De um lado, João Doria e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio – que formaram dobradinha contra o gaúcho nos últimos dias – defendiam que o pleito fosse adiado por uma semana e, com isso, realizado no dia 28.
Já Eduardo Leite queria o processo retomado o mais rapidamente possível, ainda durante a semana. Enquanto a sigla tentava escolher uma plataforma capaz de suportar a votação, Leite subiu o tom contra Doria ao chamar o governador paulista de autoritário e “dono do partido”.
Na última quinta (25/11), a campanha de Leite divulgou um vídeo no qual ele afirma que era favorito para vencer as prévias no dia 21. Citando relatório da consultoria Eurásia, disse que, “se não fosse a interrupção da votação, por ataque ou por outro motivo,” ele já estaria falando como pré-candidato à Presidência da República. “Qualquer adiamento só interessa aos nossos adversários”, disparou.
Desconfiança
Outra razão para trocas de acusações foi a suspeita de um ataque hacker no sistema de votação desenvolvido pela Faurgs. Há semanas, a campanha de Doria levantava dúvidas sobre a segurança do aplicativo desenvolvido para as prévias.Depois, um relatório da empresa de consultoria Kryptus, contratada pelo PSDB, mostrou que havia brechas no software que permitiriam invasões. Outro motivo de críticas de aliados do paulista é que a fundação teria relação com Leite, também gaúcho.
Leite negou e esclareceu que a Faurgs não fica em Pelotas. “É uma mentira, mais uma mentira que vem sendo apresentada nestas prévias, entre tantas de que temos sido vítimas”, frisou.
No dia da votação, dos 44,7 mil filiados cadastrados para votar, apenas cerca de 3 mil conseguiram. Aqueles que estavam fora de Brasília deveriam votar pelo aplicativo da Faurgs, que apresentou instabilidade e não foi capaz de computar os votos.
Ataque hacker
Até agora, a fundação não detalhou o motivo da falha, mas, na última quarta-feira (24/11), apontou possível ataque hacker ao sistema, pois verificou um congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados. As despesas com a ferramenta foram de R$ 1,3 milhão, custeadas com recursos públicos do Fundo Partidário.Denúncia sobre compra de voto
Durante as prévias presidenciais do PSDB, que começou na manhã do último domingo (21), a deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC) disse que tentaram filmá-la votando durante as prévias. A parlamentar também acusou a campanha de João Doria de tentar comprar seu voto.“Eu tenho mensagens aqui, se não deixarem eu votar, eu vou dizer quem me ofereceu dinheiro para votar no Doria. Eu vou votar senão eu vou jogar mer… no ventilador”, disse a deputada tucana.
“Estou saindo desse partido e vou para o PL porque eu sou Bolsonaro”, disse a deputada.
Mara Rocha ficou irritada porque alguns colegas de partido tentaram filmá-la registrando o seu voto, mas não disse o nome. Veja o vídeo da denúncia clicando aqui.
Com auxílio de informações via Metrópoles
Fonte: portalcm7.com