Brasil – O ex-condenado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na última terça-feira (30/11) à imprensa nacional que ele e o ex-governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin estão “num processo de conversar” sobre a composição de uma chapa para a eleição presidencial do ano que vem. A ideia é que Alckmin possa ser vice de Lula.
Os requisito de Lula para o ex-governador, no entanto, é que Alckmin defina logo a escolha de um novo partido. Atualmente, Alckmin é do PSDB, mas tem conversado sobre mudar de sigla. Uma das cotadas é o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Flerte
“A gente está num processo de conversar. Vamos ver se, na hora em que eu definir ser candidato, é possível a gente construir uma aliança política. Primeiro preciso saber qual é o partido em que Alckmin vai entrar. Quero construir uma chapa para ganhar a eleição”, afirmou Lula.Lula e Alckmin foram adversários nas eleições de 2006. Na ocasião, o ex-presidente se reelegeu para um novo mandato, após bater o tucano no segundo turno.
Na última terça-feira (29/11), Nesta segunda-feira (29), Alckmin admitiu em reunião com representantes de centrais sindicais a hipótese de ser vice em uma chapa encabeçada por Lula.
PSDB simula desconforto
Também na última terça-feira (30/11), o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, comentou as recentes articulações e conversas entre Geraldo Alckmin e Lula e declarou “profundo desconforto” por parte dos Tucanos.Araújo afirmou que Alckmin merece “todo o respeito” do PSDB, tendo em vista o seu histórico na sigla. Mas afirmou que “os movimentos de diálogo com o ex-presidente Lula, um adversário político e histórico do PSDB, são coisas que geram um ambiente de desconforto”, disse o presidente do PSDB.
Segundo Araújo, “de modo geral”, o PSDB tem dado oportunidades para que Alckmin siga no partido. No entanto, existe um limite: a própria escolha pessoal de Alckmin. Isto é o que Araújo diz, mas que pode destoar do real interesse do partido, já que a ida de Alckmin a uma sigla aliada ao PT consagraria a relação cordial com os comunistas que o próprio PSDB sempre teve nos bastidores desde a era FHC.
Suposta divergência com Doria
Embora a desfiliação não tenha sido oficializada ainda, Alckmin estaria deixando o partido por divergências com o atual governador de São Paulo e pré-candidato tucano para as eleições de 2022, João Doria, que surfou nas pautas conservadoras e fingiu apoio ao presidente Bolsonaro nas eleições de 2018.
Realidade
A eleição do presidente Jair Messias Bolsonaro gerou a quebra da hegemonia política da esquerda, que simulava oposição entre a esquerda marxista, a ala radiacal, (PT, PCdoB e afins) e a esquerda fabiana, a ala gradualista, (PSDB, PMDB, PSD e afins) no que é adaptado da conhecida “Tesoura de Lenin”.Em suas teorias, Lenin defendia a necessidade da existência de mais que um partido, porém, todos à serviço do Poder Comunista. A falsa sensação de alternância do poder sentida pelo povo, que, ao votar no partido “x” se sacia da sede de mudança, serve de combustível para garantir alguns anos de uma suposta novidade.
Tesouras
Na Rússia, em 1905¹, antes do golpe de 1917, este modelo foi idealizado por Vladimir Ilyich Lenin, como “Estratégia das Tesouras”, que consistia basicamente em dois partidos comunistas com nomes diferentes, disputarem o poder como rivais, mesmo estando sob o mesmo comando central. Somado à esta estratégia, os comunistas destruíam gradativamente todos os outros partidos não comunistas, isolando conservadores, e gerando um panorama favorável à perpetuação no poder.‘Afiando o fio’ das novas ‘lâminas’
Com a derrota nas eleições no Brasil em 2018, a esquerda política, que ainda tem dominância cultural e institucional, assume duas estratégias:
1 – Consolidar as lideranças da velha política, que deve se tornar a nova “lâmina” radical do avanço da agenda socialista. Daí a articulação entre Lula e Alckmin.
2 – Criar uma nova roupagem para nova esquerda, uma “lâmina” gradualista, que simule parte das características da visão econômica capitalista – mas de forma fingida, atuando como um organismo “mimetista” e até parasitário, que cria novas burocracias e impostos contra o povo e favorece empresas com dirigentes de cosmovisão globalista.
Deste modo, a nova esquerda brasileira está finalmente ficando parecida com a esquerda europeia e norte-americana, assumindo nomes como “democratas” e “liberais”. Esse novo arranjo compreende partidos que vão desde o PSDB, PODEMOS e vai inclusive até o NOVO, tendo apoio direto de movimentos como o MBL. Se você ainda duvida, pode ver com seus próprios olhos as articulações do traidor Sérgio Moro.
Referências:
¹Two Tactics of Social-Democry in the Democratic Revolution was written by Lenin in Geneva, in June-July 1905. The book was published in late July 1905, by the Central Committee of the R.S.D.L.PCom auxílio de informações factuais via G1/Terra