Lula está pressionado porque tem muitos aliados
Janja e Luiz Inácio Lula da Silva Foto: EFE/ Andre Borges |
A futura primeira-dama de Rosângela da Silva, Janja, quer a ex-funcionária de Itaipu Maria Helena Guareza no ministério da mulher. Amigos e compatriotas paranaenses trabalharam juntos em uma hidrelétrica. A indicação, feita pela esposa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preenche as vagas cobiçadas por lideranças de esquerda na primeira fase do governo.
A ativista e jornalista Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) – assassinada em 2018 – era uma das candidatas à pasta das mulheres. A presidente do PCdoB, Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco, também estava no jogo. Porém, com o interesse de Janja em reconciliar a amiga, a ala do PSOL tenta indicar Anielle para o Ministério da Promoção da Igualdade Racial.
Lula garantiu aos entrevistados que as duas pastas seriam criadas "para homenagear as mulheres e os negros que o elegeram". No entanto, o movimento negro pressiona para que o chefe da nova pasta seja Martvs das Chagas, secretário de planejamento territorial e participação popular do município de Juiz de Fora (MG) e secretário nacional de combate à discriminação do PT.
A confirmação do PT na nova Secretaria de Promoção da Igualdade Racial dificultaria a participação de Anielle e Luciana em primeiro lugar. Além da definição na pasta voltada para as mulheres, o professor Silvio Almeida já estaria lotado no Ministério dos Direitos Humanos.
Assim como Maria Helena, Anielle Franco fez parte da equipe de transição do governo que tratou da questão feminina. Luciana Santos foi, por sua vez, membro do conselho político para a transição.
O governo Lula terá 37 ministérios, conforme informou o futuro chefe do Estado-Maior Rui Costa. Na sala onde trabalha na sede do governo de transição em Brasília, Costa tem um mapa da nova Esplanada e, nas últimas semanas, tem trabalhado para dividir as "caixas", como os entrevistados chamam as estruturas dentro de cada ministério.
Lula decidiu criar o Ministério dos Povos Indígenas. A pasta passará a chefiar a National Endowment of India (Funai), que passou a ser vinculada à Justiça. Lula também trará o Ministério da Pesca de volta à Esplanada.
Economia será dividida em finanças, planejamento, gestão e indústria e comércio. O Ministério da Infraestrutura deixará de existir no modelo atual, dando lugar a uma pasta que cuida de portos e aeroportos e outra responsável pelos transportes.
Fonte: pleno.news