Após atos no DF, houve quebra de confiança, diz Múcio

O ministro fez sua declaração na noite deste sábado

José Múcio Monteiro Foto: José Cruz/Agência Brasil

José Múcio Monteiro Foto: José Cruz/Agência Brasil


O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou a mudança no comando do Exército em pronunciamento no Palácio do Planalto na noite deste sábado (21). Ele disse que a troca resultou de uma "falta de confiança" após os atos de saque contra as três potências ocorridos em 8 de janeiro.

– Estamos investindo na aproximação das Forças Armadas com o governo do presidente Lula. Após esses episódios, os acampamentos e os episódios de 8 de janeiro, as relações com o comando do exército sofreram uma quebra no nível de confiança. E pensávamos que tínhamos que parar desde o início para superar esse episódio - disse o ministro da Defesa.

O general Júlio César de Arruda será substituído pelo comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Segundo Múcio, houve uma conversa com o general Arruda pela manhã para que ele fosse informado da absolvição. O ministro afirmou ainda que Paiva participou de várias reuniões e se encontrou com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na noite deste sábado.

Na sexta-feira (20), Paiva defendeu o processo eleitoral do país e disse que o resultado das urnas deve ser respeitado. O general realizou sua primeira manifestação pública desde o golpe de 8 de janeiro. Apontado como favorito para assumir o comando do Exército desde a transição, ele foi indicado pelo próprio PT, além de estar ligado aos tucanos.

– Continuaremos a garantir a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, a alternância do poder. É uma votação. E quando votamos, devemos respeitar o resultado da urna - disse Paiva na ocasião.

Nas últimas duas semanas, a agitação entre Lula e Júlio César de Arruda aumentou depois que o general impediu que policiais militares do Distrito Federal entrassem em um acampamento golpista montado em frente ao quartel-general do Exército após vandalismo na Praça. aos Três Poderes.

Lula já mostrava irritação com Arruda por causa dessa posição. No entanto, havia dúvidas na direção do PT sobre as consequências que o possível afastamento do comandante poderia causar, com risco de aprofundar a crise com o Exército.

Arruda era visto no exército como alguém mais fechado e ligado à direita. Ele finalmente assumiu o comando da Força, pois era o mais alto nas fileiras militares.



Fonte: pleno.news

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