Petista se reuniu com seus 37 ministros no Palácio do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena a primeira reunião ministerial de seu governo, no Palácio do Planalto Foto: José Cruz/Agência Brasil |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou na abertura da primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato, realizada nesta sexta-feira (06), no Palácio do Planalto. O chefe do Executivo disse a seus 37 ministros que a eleição de 2022 foi a "mais difícil" em que eles estiveram envolvidos e disse que seu governo terá como objetivo "acabar com o ódio" e "reconstruir o país".
Na ocasião, Lula disse que seu novo governo não é formado por "uma única ideia", mas por "diferentes pessoas", uma frente ampla. Ele admitiu que os ministros foram escolhidos com base em acordos políticos com o Congresso porque o executivo precisava de governo no parlamento.
– Não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso, e por isso todo ministro deve ter paciência e grandeza para atender bem cada parlamentar ou cada senador ou cada senador que o procurar – enfatizou.
Petista também afirmou que esse será o mandato de sua vida.
ASSISTA O DISCURSO COMPLETO:
Bem camaradas e companheiras, ministros e ministros, camaradas da imprensa, meu caro Janjo. O bom filho está voltando para casa! Isso significa que, doze anos depois, estamos de volta com o compromisso de unir o povo brasileiro, acabar com o ódio - não acabar com as diferenças - mas acabar com o ódio, fazer política civilizadamente e ao mesmo tempo uni-lo. este país em torno dos interesses do próprio país, teremos que reconstruir este país.
Quem já leu o material produzido pela coordenação de transição, comandada pelo camarada Alckmin, percebeu que este país está meio destruído nas políticas sociais, educacionais, de saúde que criamos, políticas de investimento, tanto na área de rodovias quanto ferrovias e, sabe, no Minha Casa Minha Vida. Tudo isso está paralisado e é por isso que estamos determinados a reconstruir este país.
Mas é importante destacarmos o momento em que ocorreram essas eleições. A eleição mais difícil de que todos participamos. A quantidade de dinheiro que é difícil de medir em reais, talvez seja necessário medir em dólares a quantidade de dinheiro que tem sido usada na perspectiva de manter um governo autoritário, um governo que é responsável pela morte de grande parte da as 700.000 pessoas que morreram de Covid, por negligência, desrespeito e pela grande ignorância do governo como um todo.
Então você sabe que nossa tarefa é difícil, mas é nobre. É uma tarefa nobre porque teremos que entregar este país melhor, este país mais saudável em termos de saúde, mais saudável em termos de salário, mais saudável em termos de pequenos e médios empresários deste país, de pequenos e médios produtores rurais, mais saudáveis em termos de educação e mais saudáveis do ponto de vista cívico. Este país viverá mais uma vez em democracia e isso ficou demonstrado na nossa inauguração. Recebi um telefonema de uma pessoa importante que você conhece, talvez um dos melhores escritores do país, Fernando de Morais.
Fernando de Morais me ligou para dizer o seguinte: ele foi à posse na Argentina em 1972. E disse que a posse na Argentina foi a inauguração mais bonita que ele já tinha visto, e depois da nossa posse ele disse: venceu por 10 a zero na posse, que achei a mais bonita da história das eleições no mundo.” E acho que nenhum de nós já viu uma multidão emocionada, uma multidão motivada como vimos na nossa posse.
Há muito não víamos tanta alegria, tantos sorrisos no rosto de homens, mulheres, crianças, velhos, significa que as pessoas parecem se encontrar e queremos que isso aconteça todos os dias. As brigas de família precisam acabar. Durante este processo, nos últimos quatro anos, houve famílias em que os pais já não falam com os filhos, os sogros já não falam com as noras, as noras já não falam com as sogras, lei. a lei, filho não fala mais com pai, irmão não fala mais com irmão, primo não fala mais com primo, tudo baseado no ódio que se praticava neste país.
E a nossa inauguração mostrou que é possível fazermos este país voltar a sorrir, é possível fazer estas pessoas voltarem a sonhar, e é nosso dever tornar esse sonho realidade. Este é o compromisso de cada homem e mulher que assume este serviço. Não somos um governo de uma mente, não somos um governo de uma filosofia, não somos um governo, você sabe, assim como o povo. Somos um governo de pessoas diferentes. E o importante é que pessoas de pensamento diferente devem tentar nos fazer pensar igual, construir igual enquanto construímos nosso processo de reconstrução deste país.
Fico muito feliz em ver um agronegócio como o Ministro da Agricultura como o Fávaro. Dito isso, acho que o Fávaro é a perspectiva a partir da qual temos que fazer pessoas sérias, empresários agrícolas, empresários de verdade que saibam da responsabilidade de produzir alimentos neste país, que saibam da necessidade de produzir sem ofender ou entrar na floresta amazônica ou em um pântano ou qualquer outro bioma que precise ser protegido.
Esse empresário que produz com responsabilidade será muito respeitado e muito bem tratado aqui. Agora quem quiser ser teimoso e continuar desrespeitando a lei, atacar o inexpugnável, usar agrotóxicos que não podem ser usados, a força da lei vai prevalecer sobre eles e vamos exigir que a lei seja cumprida porque tudo está desmoronando nesse país. A única coisa que não conta é o cidadão criminoso que pensa que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, nossa constituição e nossa legislação.
Todos sabemos o extraordinário empenho que assumimos durante a campanha para o regresso ao crescimento deste país, à criação de emprego e ao crescimento salarial. É possível a economia voltar a crescer, é possível voltar a crescer com muita responsabilidade, é possível voltar a crescer com distribuição de renda e riqueza, é possível gerar emprego que garanta ao trabalhador algum seguro Social.
Queremos investir muito efetivamente no fortalecimento do sistema cooperativista desse país, queremos investir muito nos micro e pequenos empresários, queremos investir muito nos pequenos e médios empresários, mas queremos que os trabalhadores tenham um mínimo de social. segurança, ter garantia de segurança social, que ele tenha garantia de inscrição, que ele tenha garantia de que se por qualquer motivo ele não puder trabalhar, o estado lhe garantirá uma segurança mínima, porque senão, não teremos mundo saudável e são de trabalho, as pessoas terão um mundo de barbárie.
Todos sabem do nosso compromisso com a educação, e na área educacional fiz questão de convidar meu amigo Camilo para ser Ministro da Educação, pois de todos os estados brasileiros o Ceará é o estado que teve a história mais significativa do ensino fundamental educação por muitos anos. e ensino fundamental, sendo possivelmente o estado com o maior número de creches. Quando trouxe o Camilo, queria trazer também a Isolde, que é a Secretária Nacional da Educação Básica, porque eles têm a responsabilidade de ser um grande professor, e por isso, querida Camila, você sabe que tem uma responsabilidade.
Quero me encontrar com vocês já na próxima semana para discutir o que vamos visitar durante a reconstrução da escola, porque paralisamos 4 mil obras na área de educação. Não sei se é creche, não sei se é universidade, não sei se é Instituto Federal, mas aconteça o que acontecer vamos ter que colocar a mão na massa para fabricar e reconstruir, melhorar a educação, criar empregos e pagar os salários que o brasileiro precisa ganhar porque o povo realmente tem mais orgulho de trabalhar e seu trabalho é pago e sustenta a família. Esta é a forma mais digna de sobrevivência do trabalhador e trabalhadora.
Nós sabemos, Nísia, a responsabilidade que está atrás de você no campo da saúde. Essa é uma área que flui ano, ano após ano, ano após ano, e a saúde sempre fica um pouco aquém do que o brasileiro sonha.
Avançamos, chegamos com a Farmácia Popular, com o Brasil Sorridente, com o Samu, chegamos com o Mais Médicos, quando fizemos avanços muito importantes neste país que foi simplesmente destruído. Em nome de lutar contra qualquer coisa. Em nome de realmente acabar com o que funcionou para aquelas pessoas da cidade pequena que não vão ao médico.
Não sei se vocês sabem, mas todo mundo aqui sabe, porque todo mundo aqui foi governador, prefeito, deputado. Todo mundo sabe que há cidades neste país que voam sem médico, e muitas pessoas morrem sem um especialista para atendê-las porque não há espaço disponível. Às vezes ele vai ao médico, vai à UPA e é consultado, pede consulta com especialista, marca consulta, marca para doze meses, para treze meses, para nove meses, às vezes uma pessoa morre sem ter o direito de ver aquele médico.
Se não resolvermos esse problema, não estaremos à altura do voto e das expectativas que essas pessoas depositaram em nós. Portanto, meus queridos companheiros, estamos realizando esta reunião aqui. Eu sei que nenhum de vocês formou um governo ainda, nenhum de vocês formou um ministério ainda. Você só teve o direito de escolher o secretário executivo e o chefe de gabinete. É importante que até o dia 24, quem sabe, já possamos ter um governo.
Só quero que você reflita: antes de tudo, não tenho vergonha de dizer que vamos formar um governo com gente política muito capaz, vamos formar um governo com gente técnica muito capaz. Não faço distinções e não quero criminalizar a política. Todos sabem da nossa responsabilidade, todos sabem que é nosso dever fazer o certo, fazer as coisas da melhor forma possível, quem erra sabe que só tem um jeito: essa pessoa só vai ser, da forma mais decente possível. , um convite para deixar o governo e caso algo grave tenha sido cometido, ele terá que enfrentar uma investigação e a própria justiça.
Já carreguei muita coisa ruim na pele. Sou presidente deste país há oito anos e fiz muitas reuniões nesta mesa. A mesa era menor, não tão grande e tão sofisticada, mais rústica, essa aqui é mais bonita. E eu tenho apenas um compromisso com este país: primeiro, ser honesto com o povo brasileiro e ser leal e honesto com você.
Acima de tudo, agradeço a todos vocês por aceitarem o convite para fazer parte do governo. Em segundo lugar, muitos de vocês são fruto de acordos políticos porque de nada nos adianta ter um governo o mais tecnicamente Harvard possível e não ter voto na Câmara dos Deputados e não ter voto no Senado. Temos que deixar as pessoas saberem que é o Congresso que está nos ajudando.
Não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso e, portanto, todo ministro deve ter paciência e grandeza para atender a cada parlamentar ou a cada senador ou a cada senador que o procura. Porque se não, quando a gente pede voto, quando fala com um parlamentar ou senador, ele fala: "eu não vou votar porque eu fui naquele ministério e nem me aceitaram, eles me deu quatro horas de chá em uma cadeira." O Ministro não serviu nem café e água." Eu não quero isso. Devemos saber que somos nós que precisamos manter boas relações com o Congresso Nacional e que cada um de vocês, Ministros, tem o dever de manter um relacionamento o mais harmonioso possível. relação possível com o Congresso Nacional.
Não importa se você discorda do deputado ou do senador. Quando vamos conversar, não estamos propondo casamento, estamos propondo aprovar uma tese ou fazer uma aliança momentânea em torno de algum tema de interesse do povo brasileiro. Quero dizer a vocês que terei o relacionamento mais importante que já tive com o Congresso Nacional.
Estou há oito anos na presidência e quero dizer aos dirigentes, Jaques, Guimarães, Randolfe, que desta vez não tenham medo de ter um presidente disposto a ter tantas e quantas conversas com os dirigentes , com os partidos políticos, com o presidente Rodrigo Pacheco e o presidente Arthur Lira.
Não há veto ideológico que se diga e nem limites quando se trata de coisas boas para o povo brasileiro. Então, quero que saibam que podem contar comigo porque sei que não sou necessário para Lira, mas o governo precisa da boa vontade do presidente da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, mas o governo precisa de um bom relacionamento com o Senado. E é assim que vamos administrar esses quatro anos.
Eu disse a todos que este seria o meu mandato na vida. Todo mundo sabe que sou obcecado em acabar com a fome neste país. Estou obcecado em garantir e melhorar a saúde dessas pessoas. Eu tenho uma obsessão porque conheço muita gente que morreu com receita na mesa, na beira da cama e não tinha cinquenta reais para comprar o remédio.
E agora a questão da educação. Precisamos dar um salto de vez na qualidade da educação básica e primária. Temos que perceber. Se nosso filho não for bem educado no ensino fundamental, na primeira, segunda, terceira, quarta, quinta série, se ele não for bem educado, amanhã ele terá mais dificuldade de se tornar uma pessoa mais preparada intelectualmente, um profissional mais preparado. E o Brasil precisa dessas pessoas educadas porque o Brasil não pode passar mais um século exportando minério de ferro e só exportando soja ou milho.
Temos que exportar conhecimento, exportar inteligência, importar coisas mais sofisticadas e com valor agregado para esse país dar um salto. Deixar de ser um país em desenvolvimento e tornar-se um país definitivamente desenvolvido, fazer parte daqueles países que se orgulham de seu povo tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias, de ter seu povo com educação de qualidade, de ter seu povo com moradia de qualidade. ter o nosso povo com qualidade de vida, que todos prometemos a nós mesmos durante toda a vida.
Portanto, camaradas, neste nosso primeiro encontro, Margareth, prepare-se, prepare-se, porque teremos que fazer uma revolução cultural neste país. Se preparem porque esse povo precisa de cultura, porque um pouco da violência que existe nesse país não existe por falta de policiamento, Flávio Dino, existe por falta do Estado cumprir com suas obrigações. Falta escola, falta saúde, falta tempo livre, falta esporte, falta quase tudo.
Um jovem sem espaço de lazer, um jovem que mora num barraco de 3 ou 4 metros quadrados, que quando abre a porta não tem mais um metro quadrado para brincar. Que tipo de juventude estamos criando? Que tipo de brasileiro ou brasileira saudável estamos criando? Portanto, ao invés de culpar o Estado pelos pobres da periferia, devemos culpar a ausência do Estado e vamos tentar, camaradas, estar presentes onde as pessoas precisam de nós. Este é um compromisso do qual não vou desistir, e é por isso que o digo todos os dias: você verá um homem de 77 anos com uma energia de 30 anos, que não se cansará um minuto enquanto não resolver os problemas desta sociedade.
Já provamos que isso pode ser feito uma vez, este país já foi a sexta maior economia do mundo, este país já aumentou o salário mínimo em 74%. Esses dias fui falar com uma pessoa que disse: "Olha, agora 16 milhões de pessoas têm conta em banco", e eu disse que no meu governo 70 milhões de pessoas têm conta em banco. Incluímos Argentina e Colômbia no sistema bancário, onde há mulheres catadoras de papel, recicladores e moradores de rua que abrem contas na Caixa Econômica Federal. Você tem que ver, José Múcio, como uma mulher chorou quando pegou um cartão da Caixa Econômica porque abriu uma conta, uma coisa que não tem valor para nós, tem um valor imensurável para os pobres.
Portanto, camaradas, passo o desafio ao camarada Gerald Alckmin, que além do cargo de vice-presidente, além de coordenar a transição, passou a ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Daqui a pouco ele vai ter mais poder que o presidente da república e eu vou passar para o camarada Alckmin.
Obrigado meus amigos e tenham a certeza de que apoiarei cada um de vocês nos bons e maus momentos. Não deixarei nenhum de vocês no meio do caminho, não abandonarei nenhum de vocês. Foste chamado porque tens competência, foste chamado porque foste nomeado pelas organizações políticas a que pertences, e eu aprecio muito isso, por isso tenha a certeza que terás em mim se possível um irmão mais velho, se possível um pai , vou tratar vocês como uma mãe trata seus filhos, com muito respeito e muita educação, e exigindo muito trabalho de cada um de vocês.
Fonte: pleno.news