Lula culpa polícia pelo suicídio de Dean: 'Polícia ignorante'

PT deu comunicado esta quinta-feira

Lula Foto: EFE/André Borges
Lula Foto: EFE/André Borges

Nesta quinta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou reunião com reitores no Palácio do Planalto para acusar integrantes da Operação Lava Jato de responsabilidade pela morte do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luis Carlos Cancellier. Olivo, que se suicidou em 2017. Segundo o PT, o acadêmico era alvo de uma equipe que buscava punir antes de investigar.

– Passaram-se cinco anos e quatro meses desde o desvio que aconteceu neste país: a morte do Reitor Luis Carlos Cancellier. Já se passaram cinco anos desde que este homem se matou sob a pressão de policiais ignorantes, promotores ignorantes, pessoas tolas que condenaram antes da investigação e do julgamento. Não podemos nem fazer um ato em sua homenagem porque há muito tempo não há reunião de reitores - disse o presidente da república.

Em discurso, Lula disse que seu governo restauraria as ideias de Cancellier sobre educação.

"Teremos que resgatar suas ideias e trabalhar para que o que aconteceu com aquele reitor em Santa Catarina não volte a acontecer", afirmou.

Cancellier foi alvo da Operação Ouvidos Moucos, desdobramento da Lava Jato em Santa Catarina. À época, a delegada Erika Mařena estava encarregada da investigação. No dia da abertura da ação que levou à prisão do reitor, a PF chegou a anunciar que apurava o desvio de R$ 80 milhões na instituição. Posteriormente, a própria delegada esclareceu que esse valor refere-se apenas ao total de repasses do governo federal para o programa da UFSC em um período de dez anos.

Marena foi coordenadora da Lava Jato em Curitiba e depois passou a coordenar a Ouvidos Moucos em Florianópolis.

Os investigadores acusaram o reitor de tentar interferir na investigação, o que acabou não sendo comprovado. Cancellier foi destituído do cargo na época e afirmou em entrevista após sua libertação que sua revogação foi um exílio.

– Esta remoção é o exílio. Moro a três metros da universidade. Saio de casa e estou dentro da universidade. Não posso entrar na "casa" em que vivo desde 1977, porque conheço cada pedra desta instituição.

Ele foi encontrado morto no dia 2 de outubro de 2017, em um shopping da capital catarinense. Ele tinha um bilhete no bolso: “Decidi minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal”, escreveu no papel, segundo a polícia.



Fonte: pleno.news

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