Cíntia Chagas e Pr. Josué Valandro Jr falou ao Pleno.News e criticou o uso do pronome neutro
Fachada do STF Foto: STF/SCO/Fellipe Sampaio |
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) conduziu a análise de uma lei estadual que busca proibir o uso de linguagem neutra nas escolas.
Trata-se da Lei Rondônia de 2021, que, além de proibir a mudança de pronome em editais e concursos públicos, proibiu a linguagem neutra nos currículos e materiais didáticos das instituições de ensino locais, sejam elas públicas ou privadas.
Pastor Josué Valandro Jr Foto: Pleno.News |
O pastor presidente da Igreja Batista Atitude, escritor e colunista da casa Josué Valandro Jr., falou ao Pleno.News sobre a proposta de introduzir um pronome neutro a fim de satisfazer uma parcela da sociedade que vê na mudança de idioma o reconhecimento de pluralidade de gênero.
O pastor destacou a estratégia ideológica embutida nessa demanda, lembrando que a língua portuguesa já inclui tudo em suas composições pronominais.
- A linguagem neutra é mais uma invenção daqueles que, em seu desejo de posicionar suas agendas ideológicas como prevalecentes, querem de todas as formas ridicularizar a cultura heteronormativa. Quando alguém diz "todos estão convidados", hétero, gay, branco, índio, todos estão convidados. Isso é linguagem! Valandro disse.
O líder religioso alertou ainda que a noção do outro e o devido respeito ao próximo não permeiam a forma como os indivíduos são tratados e vão muito além de uma mera abordagem linguística.
– Se as pessoas dependem do pronome neutro para respeitar os outros, me perdoe, essas pessoas realmente ainda não entendem o valor dos outros. A Bíblia diz: "Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração" e "ame o seu próximo como a si mesmo". Não estamos falando de pronomes, mas de humanidade e espiritualidade.
Josué Valandro Jr. ele destacou que a medida pode segregar ainda mais as pessoas porque é motivada ideologicamente e nem todos compartilham a mesma perspectiva de um mundo ideal.
– A colocação de linguagem neutra não obriga ninguém a respeitar mais a outra pessoa, pelo contrário. Causa tristeza em quem respeita a todos, mas vê a linguagem, vê os princípios, vê como a educação se deteriora apenas com motivação ideológica - concluiu.
Cíntia Chagas Foto: Reprodução/Instagram |
A especialista em comunicação, educadora e palestrante Cíntia Chagas também falou sobre o assunto para o Pleno.News. Para ela, trata-se de uma medida excludente, embora acompanhada de uma retórica pluralista e de aceitação da identidade. Segundo Cíntius, a proposta privilegia um grupo minoritário em detrimento de outros.
– Ainda que as pessoas pensem que o dialeto não-binário é um meio de incluir as pessoas, na realidade, em uma análise mais atenta e profunda, todos conseguem perceber que é uma medida bastante excludente. Exclui grupos que realmente têm sérios problemas de comunicação, que é o caso dos surdos, porque os surdos que entendem a fala pela leitura começam a ter mais dificuldade, isso é óbvio. Ele vai ter que se adaptar. Um surdo que já está se adaptando ao mundo vai ter que se adaptar mais. Um cego que lê por software teria que ter o software atualizado, então um cego que já tem uma vida adaptada vai ter que se adaptar. Os disléxicos que têm grande dificuldade em entender o texto também teriam ainda mais dificuldade. Exceto pessoas com dificuldades mentais em geral.
A professora mostra que a difusão da ideia é liderada pela “elite progressista” principalmente por meio da internet.
– [dialeto não-binário] exclui as pessoas que não têm acesso à internet, porque sabemos que quem realmente espalha o dialeto não-binário é a elite progressista que tem acesso à internet e se propaga pela internet.
Cíntia entende que as pessoas devem ser integradas à sociedade, mas não considera que a imposição de mudanças linguísticas seja um sucesso para a inclusão social de minorias.
– Um país com um nível de educação desastroso como o nosso não poderia resolver essa questão, não agora. Na verdade, acho que nunca! Eu entendo a necessidade de a sociedade ser inclusiva não binária, mas isso não será uma tentativa de mudança completamente arbitrária e antinatural.
A especialista em comunicação desconstrói o argumento da dinâmica da linguagem, destaca que em todo esse processo há arbitrariedade por parte da elite esquerdista e lembra que, dessa forma, a legitimidade da concepção do fenômeno como um processo natural de desenvolvimento da linguagem não é .
– Embora também se diga que a língua é viva e que as pessoas precisam se adaptar à língua, no caso de um dialeto não binário, isso é falso, é mentira, porque as mudanças que ocorreram em nossas línguas aconteceram naturalmente . E o dialeto não binário nada mais é do que a imposição arbitrária de um grupo inteiramente de elite. É verdade! - fechado.
Fonte: pleno.news