As invasões foram mobilizadas principalmente por mulheres em referência ao 8 de março
Bandeira do MST Foto: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil |
Cerca de 1.700 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) atacaram três fazendas de eucalipto da Suzano Papel e Celulose nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no sul da Bahia. Uma quarta área, a Fazenda Limoeiro, de outro proprietário, foi ocupada no município de Jacobina. A empresa e o proprietário entraram com uma ação para tomar o imóvel.
A entrada dos agressores começou na segunda-feira (27) e se estendeu até a tarde desta terça-feira (28), informou a Polícia Militar da Bahia. Os sem-terra, em sua maioria mulheres, chegavam em diversos comboios que partiam de assentamentos da região e de outras localidades do estado. Suzano informou que suas propriedades foram danificadas durante as invasões.
Esta foi a primeira ocupação em massa do MST desde o início do governo Lula. As invasões foram mobilizadas principalmente por mulheres em conexão com o 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
- Embora tenhamos certas expectativas com o governo Lula em relação à reforma agrária, o MST acendeu um alerta amarelo diante da demora do governo federal em nomear a presidência do Inkra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) - disse Eliane Oliveira , da Diretoria Nacional do MST na Bahia.
FAZENDAS PRODUTIVAS
As invasões contradizem o discurso de hoje do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse durante a campanha eleitoral que o MST não ocupa propriedades produtivas como as áreas de Suzano.Segundo Eliane Oliveira, as terras da empresa são "plantações de monocultura de eucalipto".
– O território da Bahia sofre com a destruição sistemática dos recursos naturais com o envenenamento do solo e dos rios. Famílias foram expulsas de suas terras e vivem em áreas de vulnerabilidade social nas periferias das cidades, em encostas e ao longo de estradas”, disse Oliveira.
Em seu site oficial, o MST alerta que as ações continuarão sob o lema “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Pela terra e pela democracia, mulheres na resistência" e afirma que, além do projeto da agricultura familiar camponesa, pretende negociar com os governos federal e provincial a retomada da reforma agrária.
“Vamos renovar a luta pela terra com grilagem, passeata, formação com mulheres, ações solidárias, doação de alimentos e sangue”, disse Margarida Silva, da coordenação nacional do MST.
Fonte: pleno.news