A maioria das vítimas estava em prédios residenciais.
Ataque em Uman, na Ucrânia Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK |
A Rússia disparou mais de 20 mísseis de cruzeiro e dois drones na Ucrânia no início da sexta-feira, matando pelo menos 17 pessoas. Os ataques ocorreram em Kiev, Dnipro, Kramatorsk, Uman e outras cidades. Segundo o governo ucraniano, a força aérea conseguiu interceptar outros 11 mísseis. O presidente Volodymyr Zelenskyy prometeu uma resposta ao "terror russo".
O atentado mais grave ocorreu em Uman, cidade localizada a cerca de 215 quilômetros ao sul de Kiev. De acordo com o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klimenko, dez pessoas foram mortas neste ataque. A Polícia Nacional Ucraniana disse que 17 pessoas ficaram feridas e três crianças foram resgatadas dos escombros.
O bombardeio não ocorreu perto das vastas linhas de frente da guerra, nem nas zonas de combate ativas no leste da Ucrânia, onde a guerra de desgaste estava ocorrendo. Moscou tem frequentemente atacado com mísseis de longo alcance durante a guerra de 14 meses, muitas vezes atingindo áreas civis.
Autoridades e analistas ucranianos dizem que os ataques fazem parte da estratégia deliberada de intimidação do Kremlin. A Rússia nega que seus alvos militares sejam direcionados a alvos civis.
Sobreviventes dos ataques em Uman relataram os momentos terríveis quando os foguetes atingiram o local enquanto ainda estava escuro.
– Todos os copos voaram, tudo voou, até o lustre caiu. Tudo estava coberto de vidro", disse Olha Turina, morador local, à agência AP.
"Depois houve uma explosão. Mal encontramos nossas coisas e fugimos – completou.
Prédio residencial foi atingido por mísseis Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK |
Turina, cujo marido está lutando na linha de frente, disse que um dos colegas de classe de seu filho está desaparecido.
“Não sei onde estão, não sei se estão vivos. Não sei por que temos que passar por tudo isso. Nunca incomodamos ninguém - lamentou.
Uma das 10 pessoas mortas no ataque em Uman era uma mulher de 75 anos que estava em seu apartamento em um prédio vizinho e sofreu hemorragia interna devido à onda de choque, segundo equipes de resgate no local.
Três sacos para cadáveres estavam ao lado do prédio enquanto a fumaça subia horas após o ataque. Soldados, civis e equipes de emergência vasculharam os escombros em busca de mais vítimas enquanto os moradores retiravam seus pertences do prédio danificado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que os ataques aproximaram a Rússia do "fracasso e punição" e prometeu uma resposta ao "terror russo".
"Todo ataque desse tipo, todo ato malicioso contra nosso país e nosso povo aproxima o estado terrorista do fracasso e da punição", disse Zelenskyy no Telegram.
AJUDA OTAN
Os ataques ocorreram quando a OTAN anunciou que seus aliados e países parceiros entregaram mais de 98% dos veículos de combate prometidos à Ucrânia durante a invasão russa e a guerra, aumentando as capacidades de Kiev enquanto procura lançar uma contra-ofensiva.
Junto com mais de 1.550 veículos blindados, 230 tanques e outros equipamentos, os aliados da Ucrânia enviaram "uma grande quantidade de munição" e treinaram e equiparam mais de nove novas brigadas ucranianas, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
Alguns países parceiros da OTAN, como Suécia e Austrália, também forneceram veículos blindados.
Fonte: pleno.news via *AE