O primeiro-ministro ucraniano rebateu os discursos do presidente brasileiro sobre a guerra
Lula Foto: EFE/EPA/Tiago Petinga |
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, que está em visita oficial à Itália, falou a jornalistas nesta quinta-feira (27) sobre a conversa entre os presidentes da Ucrânia Volodymyr Zelensky e o chinês Xi Jinping; o diálogo é o primeiro desde o início da invasão russa. O ministro também comentou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conflito.
– Ontem houve um telefonema, uma conversa muito produtiva entre os dois presidentes. Esta conversa abre uma nova etapa nas relações entre a Ucrânia e a China, e estou convencido de que é um bom começo para o desenvolvimento positivo de nossas relações no futuro", disse Shmygal na sede da Associação de Imprensa Estrangeira em Roma em frente de um grande grupo de jornalistas de várias nacionalidades.
Questionado sobre a posição do presidente Lula e se a Ucrânia aceitaria o Brasil como mediador, Shmygal reiterou que a fórmula de paz de Zelensky é o único caminho e deu "um exemplo simples".
– Se uma quadrilha de bandidos entrar no seu apartamento e quiser matar você e seus filhos e tomar conta da sua casa, você vai brigar e se reconciliar com esses bandidos? ele perguntou aos repórteres.
Questionado se eles aceitariam a China como mediador, o primeiro-ministro respondeu:
– Temos nosso próprio caminho para a paz, a fórmula de Zelensky. Sabemos bem o que é a libertação da Ucrânia. Todos os territórios dentro das fronteiras de 1991 devem ser livres. A segurança deve ser garantida por estruturas internacionais. Só então teremos a garantia de uma paz estável, justa e duradoura", afirmou.
Shmygal, que se encontrou esta manhã com o Papa Francisco no Vaticano, reiterou persistentemente os pilares sobre os quais se baseia a “Fórmula Verde” e, em particular, a necessidade de garantias de “segurança nuclear, energética e alimentar”.
O primeiro-ministro também mencionou a possível adesão da Ucrânia à OTAN e disse que espera que a cúpula seja realizada em Vilnius em junho "o mais concreto possível e possivelmente uma resposta à questão de quando a entrada será possível".
– Hoje, o exército ucraniano é um exército padrão da OTAN, segue seus princípios e usa suas armas – pensou.
*Fonte: pleno.news - Com informações da EFE