Os dados referem-se aos três primeiros meses deste ano
Violação sexual infantil Foto: Elza Fiuza/Arquivo Agência Brasil |
Sinais sutis como agressividade, falta de apetite e isolamento social podem indicar que algo está errado na vida de uma criança ou adolescente. É o que diz Carol Cianni, professora e diretora de uma escola em Brasília (DF).
O abuso sexual é uma das causas desse tipo de comportamento e o aumento desse tipo de crime no Brasil é assustador. Somente nos primeiros três meses deste ano, o Disque 100 registrou 17.500 agressões sexuais contra crianças ou adolescentes. Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e mostram um aumento de quase 70% em relação ao mesmo período de 2022. .
Nesta quinta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil, o governo federal realiza diversas campanhas de conscientização sobre o tema.
Como reconhecer que uma criança ou adolescente está sofrendo algum tipo de violência sexual? Mais importante do que isso é saber conduzir os jovens, saber se defender em tal situação.
PREVENÇÃO
Carol Cianni destaca que a família e a escola têm papel fundamental na prevenção. Para ela, ajuda os alunos a entenderem quando ela traz o tema para a sala de aula de forma leve e assertiva, explicando que o corpo é algo íntimo e sagrado. Ele também diz que a escola precisa estar ciente de qualquer mudança no comportamento do aluno para que possa intervir rapidamente.
– Os professores observam tudo na escola: como a criança brinca, como se alimenta, como se deita para relaxar nos momentos de descanso e como se relaciona com os colegas. Por isso, monitoramos cuidadosamente todos os detalhes do comportamento da criança para ajudá-la. Isso porque os pedidos de ajuda dos pequenos chegam de forma muito sutil - explica.
ALERTA
Já a psicóloga Caroline Brilhanteová afirma que a maioria dos abusos contra crianças e adolescentes é cometida por pessoas próximas à vítima e em ambiente conhecido da família. Por isso é importante estar sempre alerta.
Enfatiza que monitorar e restringir o acesso à internet pode evitar que as crianças se exponham a situações de risco.
– Uma forma de prevenir é limitar o tempo de tela de uma criança [na Internet] e até mesmo de um adolescente. Implemente filtros para acessar conteúdos fora da faixa etária. Fique atento ao comportamento de uma criança ou jovem em relação ao sexo, pois um interesse súbito pelo assunto pode indicar algum problema, ressalta.
Denúncias de qualquer abuso sexual ou outro crime contra os direitos humanos podem ser feitas de forma anônima e gratuita no 100.
*Agência Brasil