Ex-presidente receberia R$ 20 milhões em propina
Fernando Collor Foto: Valter Campanato/Agência Brasil |
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira (25) em Brasília o ex-senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo da operação Lava Jato.
Segundo a Justiça, como ex-líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Collor era responsável por indicações políticas da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e recebia R$ 20 milhões em benefícios indevidos em contratos da empresa.
Após seis sessões do tribunal, a votação terminou com oito votos a dois pela condenação. Os ministros continuam o processo para determinar a sentença de Collor, da qual ele poderá recorrer em liberdade.
O relator do caso, ministro Edson Fachin, propôs a pena de 33 anos e dez meses de prisão para o ex-presidente. Dois ex-conselheiros também podem ser condenados no caso.
O STF está julgando um processo criminal iniciado em agosto de 2017. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente teria recebido pelo menos R$ 20 milhões em propina por sua influência política na BR Distribuidora. Os crimes teriam ocorrido entre 2010 e 2014.
DEFESA
Durante o julgamento, o advogado Marcelo Bessa pediu a absolvição de Collor. A defesa argumentou que as acusações da PGR foram baseadas em depoimentos de delação premiada e nenhuma prova foi apresentada para incriminar o ex-senador.
Bessa também negou que o ex-deputado tenha sido o responsável pela nomeação dos administradores da empresa. Segundo ele, delatores acusaram Collor com base em comentários de terceiros.
– Não há provas idôneas que confirmem essa versão do Ministério Público. A versão aqui publicada é única e exclusivamente dos premiados colaboradores, que não indicam que a arrecadação desses valores esteja relacionada a Collor ou à suposta intermediação desse contrato fundamental - concluiu.
*Agência Brasil